quinta-feira, 28 de maio de 2009

A TACV se esforça...

...pra me perder pra sempre como cliente!

A volta pra casa foi uma das experiências mais cansativas e constrangedoras que eu já passei nas mãos de uma companhia aérea.

Apesar de chegar cedo, respeitar limites de peso, ser educado com todas os funcionários durante os tramites de aeroporto e de maneira geral tentar fazer a minha parte, parece que a TACV simplesmente se recusa a fazer a parte dela.

Pra poupar tempo, fizemos o despacho de bagagem em Madri, com o pessoal da TAP... a TAP faz code-sharing (divide voos) constantemente com a TACV, logo não deveria ter problemas... A TAP também colabora com a parte de "terra" da TACV em Lisboa. Mesmo assim, perguntei se haveria problemas em despachar direto, e me garantiram que estava tudo bem...

Chegamos em Lisboa às 13hs, e eu, tremendamente desconfiado de que tudo estava fácil demais, conferi com a moça do desembarque se necessitaria tomar qualquer providência, fazer check-in ou algo assim... Novamente, me garantiram que poderia ficar na area de trânsito e bastava comparecer no portão na hora do voo (às 16:40!).

Descansamos, comemos, compramos umas besteirinhas pro Guilherme, e matamos o tempo até às 16hs, quando finalmente fomos embarcar... Puta filona, mas enfim...

Fomos finalmente atendidos às 16:20... O rapaz olha os cartões de embarque, faz uma cara feia e chama o supervisor:

Atendente: Estamos com mais quatro passageiros com aquele problema...
Eu: Que problema?
Atendente: Um momento... saiam da fila que vamos tentar resolver...

Finalmente me informam que nosso check-in em Madri não valeu, que a TACV não aceita o check-in da TAP (apesar deste voo ser um code-share com a TAP, com escala nas Canárias), e que teriam de tentar nos encaixar... já tinham feito isso 5 vezes no mesmo voo, e quando eu comecei a fazer barulho, mais 4 pessoas na fila se manifestaram com o mesmo problema...

Tipo, COMO ASSIM? Depois de mais uns 20 minutos de dificuldades, acabam encaixando todos no voo, mas em cadeiras separadas... o Guilherme pelo jeito vai viajar pela primeira vez como menor desacompanhado, e nem acordado o pobre estava... Eu peço que entendam o nosso problema, e o animal de terra da TACV diz que a culpa é nossa, que chegamos tarde, e que não ia segurar voo por nós... APESAR de estarmos no aeroporto desde as 13hs, quase 4 horas antes do voo, e das passagens estarem compradas a mais de 2 meses. Me controlei pra não pular na garganta do cara, e depois de dizerem que teremos de nos entender com a equipe de bordo, somos autorizados a entrar...

E ainda teve a reza brava pra que nossa bagagem tivesse, de fato, sido encaminhada pro voo. Depois de mais uns 5 minutos de terrorismo, descobrimos que sim, foi...

Mas enfim no avião, o animal de bordo da TACV se nega a tentar resolver nosso problema, e diz que só depois de todos estarem sentados tentará mudar outro passageiro! Apesar do voo estar metade vazio ainda, e termos sido uns dos últimos a entrar. Também manda que coloquemos as coisas do Guilherme (fraldas, mamadeiras, brinquedos) umas 10 fileiras mais pra frente, pois como nos encaixaram do meio pro final do avião, as malditas rabidantes já entulharam tudo com a bagagem de mão (mania escrota da TACV de ir enchendo o avião do fundo pra frente, independente de onde você queira sentar ou da disponibilidade de vagas), e não tem espaço...

Porque sempre é mais fácil ficar levantando quando se viaja com criança pequena... claro!

Finalmente nos acomodamos, eu e meu pai separados e mais de 10 fileiras atrás da Neda e do Guilherme, que pelo menos conseguiram sentar juntos. Eu comento, indignado, que se na Embaixada começarmos a mostrar o jogo de cintura que a TACV demonstra, ninguem mais viaja pro Brasil, especialmente os especialistas em visto de última hora da própria empresa. O aeromoço acha que eu estou tentando dar carteirada, e depois, achando que eu não entendo crioulo, fica de piadinhas com os amigos...

Infelizmente, na confusão ainda ficamos mais de 40 minutos em terra, esperando passageiros perdidos... nesse tempo pedi mais duas vezes para que tentassem me colocar com a Neda e o Gui, e fui solenemente ignorado. Quando finalmente estava cheio o voo, e de portas fechadas, depois de observar que ainda havia vagas no voo, pedi novamente, e fui informado que só depois de decolar, pois não pode se levantar com o avião andando. Detalhe, o avião estava e permaneceu parado por mais uns 10 minutos.

Finalmente, já voando e após uma QUARTA solicitação, o aeromoço fez a troca de lugares, e o voo correu sem maiores transtornos, apesar do atraso na decolagem nas Canárias...

A maior constatação nesse voo foi o completo despreparo dos funcionários da TACV. Grosseiros, mal-educados e desinformados, sempre com a resposta padrão de "não é nossa culpa". Foi essa a desculpa que deram quando nos esqueceram no Fogo, foi essa a resposta que deram pras vitimas dos voos cancelados e é essa a resposta pra tudo... nunca é culpa deles, e o cliente que se foda...

Sinceramente, nesse pesadelo fiz uma promessa de, havendo opções, nunca mais voar com a TACV, mesmo que isso implique em voos mais longos e cansativos, e aconselho qualquer pessoa pensando em visitar Cabo Verde a evitar a companhia estatal. Vou descobrir a Halcyon Air, a companhia privada que faz a ligação com algumas ilhas... vou redescobrir a TAP, mesmo pagando mais caro, mas este cliente a TACV perdeu.

E perdeu também a simpatia do funcionário consular que nunca deixou de emitir vistos de última hora, e com cuja cooperação eles sempre contavam na hora do aperto. Eu sinceramente tinha uma certa admiração pela companhia, pela vontade que alguns diretores demonstravam em fazer funcionar, e podendo, tentava ajudar dentro dos limites que me são impostos. Agora, no que depender de mim, a TACV é um cliente normal. Se vierem ordem superiores de passa-los na frente da fila, eu cumpro... senão é tratamento padrão.

Não ajudou em nada minha disposição o policial de fronteira ter exigido que meu pai tirasse um novo visto, apesar de eu ter perguntado antes de viajar se o visto dele era de multiplas entradas, e ter sido informado que sim. E do visto ainda estar no prazo de validade. Mas isso era de se esperar. Polícia de fronteira é foda em todo o mundo... isso eu dou conta...

A Neda está montando um album organizado da viagem, e eu estou preparando um relato em partes... vou tentar começar a postar amanhã.

6 comentários:

Fernando Martins disse...

sempre a TACV...
nao saberia qual seria minha reação. minha paciencia tem um certo limite.
cara, que tensa essa volta.

Daniel Lustosa disse...

Eu acho q vc esta ficando velho, gordo e rabujento XD~~~~

Neda disse...

O João esqueceu de mencionar que quando demoramos para decolar nas Canárias fomos informados pelos comissários de que o atraso era culpa da bagagem, que por ser muita, tava demorando mais do que o esperado para ser colocada no avião. Com a TACV a cliente tem sempre culpa, nunca razão. Só de lembrar me dá raiva. Fomos ignorados o voo todo, inclusive ignoraram normas de segurança para evitar falar conosco, em nenhum momento pediram para colocar o cinto no Guilherme que estava dormindo sem cinto do meu lado ou abrir a janela ou levantar o encosto ou tirar a bolsa que estava solta aos pes do Guilherme. Claro que na hora dos pousos e decolagens o Guilherme estava no meu colo e o encosto não estava na vertical por que estava vencido, isso mesmo, só de encostar ele ia pra trás. Acho que vou eu também escrever algo.

Helga disse...

"quando eu comecei a fazer barulho [na ida]", esta eu queria ter visto. De uma distância segura. "Ei, quero ficar perto daquele barraqueiro ali, parece que perto dele a coisa anda". :P

"apesar de eu ter perguntado antes de viajar se o visto dele era de multiplas entradas, e ter sido informado que sim". O melhor nessas horas é ter as coisas por escrito. Pra garantir. :D

João Marcelo disse...

O atendimento ao cliente da TACV passou por aqui... como nem merecia resposta, recebeu o tratamento que me dispensaram :)

Helga disse...

UAU!! Anônimo bom esse, podia se identificar também.

Atendimento ruim/impreciso não se justifica em país nenhum.